quarta-feira, 9 de dezembro de 2015




    Por vezes, ouvimos alguns pais queixarem-se de que os filhos lhes batem. Batem quando querem impor a sua vontade e quando não aceitam um não como resposta.
    A criança que bate, em si própria e nos outros, é uma criança que não encontra, naquele momento, outra forma de lidar com a frustração, que não seja através do recurso à agressão física. O bater acaba assim por ser, muitas das vezes, o último recurso de que a criança dispõe para chamar a atenção do adulto, quando todos os anteriores fracassaram (chorar, gritar, atirar objectos). No entanto, cabe aos pais e aos adultos em geral, a árdua tarefa de procurar perceber quais as situações que aumentam o nível de frustração da criança, para que possam antecipar e até mesmo prevenir o comportamento agressivo que daí advém. As crianças pequenas, que dispõem de “poucos” recursos para manifestar o seu desagrado perante a imposição de determinado limite, tendem a recorrer com mais facilidade à agressividade física. Nestas situações, e porque a criança reage sobretudo com o corpo, é necessária uma contenção, também ela física por parte dos pais, como por exemplo, segurar na mão da criança quando esta tenta bater. Com as crianças mais velhas, os pais podem tentar "legendar" aquilo que a criança está a sentir, e mostrar compreensão para com as razões que a levam a querer reagir de determinada forma, mantendo no entanto, uma atitude de intolerância para com a agressividade física que lhes é dirigida.

      Em suma, as crianças devem saber, desde tenra idade, que não é permitido, nem aceite, bater nos pais. Para isso, os pais têm de se sentir seguros no seu papel de figuras de autoridade, e não deixar que o receio de serem "maus" pais, ou que os filhos deixem de gostar de si, conduza a uma atitude de permissividade. 

1 comentário:

  1. Boa tarde!
    Para começar deixe-me felicitar pela pertinência deste artigo. A questão da agressividade na criança deveria ser mais comummente debatida e rebatida, pois pauta-se por um fenómeno que está entranhado neste Tabú que é a incapacidade/inabilidade de transmitir educação dentro dos parâmetros socialmente desejáveis e, em última instância, admitir o erro no papel de pai perfeito.
    Apesar de perceber o conceito defendido por este artigo de opinião, proponho ao autor que manifeste uma visão pragmática no que concerne à prevenção deste fenómeno, ou seja, como é que um progenitor pode precaver (digamos assim) que o filho adopte comportamentos agressivos ou violentos quando lhes é negado o desejo de algo. Sei que é difícil elaborar um manual rígido sobre o ser-se bom progenitor, até porque toda a criança é diferente e única assim como os pais, contudo gostaria que me apresenta-se algumas ideias ou ações sobre de que maneira um pai pode prevenir que o filho adopte comportamentos agressivos.
    Outra questão que gostaria de expor seria este ponto sobre "sentir seguros no seu papel de figura de autoridade". Como o fazer e desde quando se deve passar esta imagem de autoridade.
    Muito obrigado!

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